quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Jornalista maranhense diz que foi censurada no programa ‘Altas Horas’ da Globo

Estou há mais de uma semana tentando digerir o que aconteceu comigo no programa Altas Horas, da TV Globo, e somente agora percebi que fui censurada.

Fui convidada a dar um depoimento sobre violência doméstica, o programa foi gravado na quinta–feira (10). Passei um dia nos estúdios da Globo em São Paulo, e durante toda a viagem fiquei pensando no que ia falar, afinal de contas estava indo dar voz a todas as companheiras maranhenses. Um espaço único, onde poderia falar pro Brasil inteiro sobre violência, feminismo e da luta que nós, mulheres, enfrentamos todos os dias.

Quando cheguei lá me dei conta de que meu depoimento podia causar algum dano, um linchamento social da pessoa que me agrediu e fiquei apreensiva, o Serginho Groisman entrou no meu camarim por 2 minutos e conversamos sobre isso, eu estava nervosa, combinamos de falar das agressões sofridas sem que ficasse claro quem era o agressor, ou melhor os agressores, jáque fui agredida 2 vezes!

No quarto bloco ele me chamou pra falar, primeiramente falei Fora Temer, a platéia aplaudiu, e depois ele começou a me perguntar sobre o motivo de eu estar ali e respondi que já tinha sido agredida duas vezes, sofri assédio no trabalho etc… Em um determinado momento ele pergunta como foi que aconteceram as agressões, eu parei por uns segundos, meus olhos se encheram de lágrimas, respirei fundo, pedi desculpas por ter me emocionado e ressaltei que era um assunto difícil de falar, mas logo depois comecei a contar minha história.

Fui agredida grávida de 3 meses no meio da rua, na frente de uma delegacia, levei um soco na cara, aquele soco doeu no meu ventre, passei uma gravidez difícil, tive depressão pós-parto e fui internada louca num hospital, sofro de depressão há 10 anos, e tive quadros de transtorno bipolar… O relato saiu como um escarro, uma catarse, a platéia fazia um silêncio, ninguém se mexia, as convidadas, a jornalista Maju Coutinho e a Rafa Brits, casada com Felipe Andreoli, que está grávida de 7 meses, ficaram chocadas, atônitas.

O Serginho passava a mão na cabeça, depois me perguntou sobre a segunda agressão e eu escarrei de novo outra história triste, contei que uma vez quase me jogava de um carro em movimento por conta das agressões verbais de um ex-namorado, que estava ameaçando me largar sozinha no meio da rua de noite e por fim, quando consegui ter o reflexo de pegar meu celular, ele parou o carro e eu consegui fugir, acabei sendo toda arranhada, pois ele me puxava pra ficar.

Um garoto do auditório me fez uma pergunta, a “clássica”, “por que a mulher volta pro agressor”? Eu respondi que a mulher está só, muitas vezes depressiva, com a estima arrasada, e ama o agressor, ele pede desculpa, diz que vai mudar e você volta, e apanha de novo, e sofre tudo de novo, e nada muda, é um ciclo que se repede na maioria dos casos.

A mulher é sempre culpada, ela gosta de apanhar, ninguém percebe que a aquela mulher precisa de ajuda pra sair dessa situação. Mais silêncio no estúdio.

Assim que terminou a entrevista, me retiram do estúdio rapidamente, me colocaram no carro pra voltar pra casa, no caminho recebo uma ligação da produção dizendo que a entrevista não iria pro ar, por uma questão de proteção a minha filha, pois ficou claro quem era o agressor no meu discurso, que a minha filha não podia ficar sabendo disso pela TV, que podia ter uma repercussão negativa, que já haviam tido outros casos assim e que a entrevista havia ficado longa e precisariam cortar por causa da corrida de Fórmula 1.

Aceitei e disse que tudo bem, achei até bom, por que acabei expondo a minha vida pra 200 pessoas num estúdio de gravação e essas 200 pessoas ficaram chocadas imagina o Brasil inteiro? Mas passaram alguns dias e fui me dando conta de que essa é uma história real, minha história é a história de milhares de brasileiras que sofrem com a violência todos os dias, na maioria das vezes dentro de casa, pelos seus companheiros, nas ruas somos abusadas cotidianamente com assobios, cantadas, todas conhecemos uma mulher que já foi estuprada ou que já sofreu algum tipo de violência.

Quem são essas mulheres? Somos nós, todas nós!!! Que crescemos com medo de ser estupradas, que temos que nos proteger o tempo inteiro de abusos, somos criadas pra servir aos homens e a essa sociedade machista que nos trata como objetos. E não podemos falar nada, não podemos falar do agressor, não podemos falar de estupro, de que somos violentadas. O programa Altas Horas não calou uma mulher, calou todas as mulheres do Brasil!

Que queriam poder ter a coragem que eu tive de falar pra todo mundo o que acontece todos os dias. O agressor está próximo, dentro de casa, só podemos falar depois que ele morre? Enquanto isso continuam por aí agredindo e maltratando outras mulheres? Acredito que o agressor também é uma vítima dessa sociedade machista em que vivemos, as mães e pais criam esses homens, a sociedade cria o agressor que não é um doente, mas sim um fruto do machismo, que todos os dias vitima nossas mulheres.

No Maranhão esta semana aconteceram crimes bárbaros, foram 6 feminicídios em uma semana, inclusive a sobrinha neta do ex-presidente José Sarney foi asfixiada e morta, com suspeita de ser estuprada, pelo próprio cunhado. Em Coroatá, interior do estado, uma mulher foi degolada. No Brasil a cada 11 minutos uma mulher é estuprada, a cada 7 minutos a Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres da Presidência da República recebe 1 relato de violência, em São Luís, 12 mulheres são vítimas de violência por dia.

Onde estão essas mulheres? Caladas! Não podemos falar da violência que sofremos pois nos sentimos ameaçadas e ainda sofremos preconceito, a mulher ainda é culpabilizada por sofrer a violência. Voltando ao assunto de ter sido censurada no programa Altas Horas, digo mais, acho que eles estavam esperando uma mulher do Maranhão que ia contar uma história de superação, uma coisa “bonitinha”, que a platéia ia ouvir depois ia sair feliz batendo palma, a história de uma mulher que apanhou mas venceu. Venci sim, mas as marcas da violência a gente carrega por toda a vida.

Eles não tinham noção de quão forte seria aquele depoimento, e mais, que aquilo poderia chocar mais do que as novelas que assistimos que mostram tudo isso, mas fazem parecer que é só ficção, e não é, violência contra a mulher não é ficção é verdade e está por aí nos cercando por todos os lados e o machismo nos calando. 

A Globo não calou uma mulher e sim as mulheres do Brasil inteiro!

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Daniel Tarciso da Silva Cardoso é acusado de estuprar ao menos seis garotas e queria se especializar em ginecologia e obstetrícia. Além dos crimes de estupro, ele já matou um homem com oito tiros durante um bloco de carnaval.
Por Redação*
estuprador
O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) decidiu em uma reunião nesta quarta-feira (9) que vai indeferir o registro profissional (CRM) para o estudante Daniel Tarciso da Silva Cardoso, ele responde a um processo judicial pelo estupro de uma estudante de medicina e é acusado do mesmo crime por outras cinco alunas.
Na decisão, o Cremesp diz que “um cidadão que, durante a faculdade de Medicina é formalmente acusado de estupro por colegas de graduação – se comprovada sua conduta – não pode ter o direito de exercer esta sagrada profissão, ligada, diretamente, à vida e à dignidade”.
Daniel Cardoso queria terminar o curso e se especializar em ginecologia e obstetrícia. Ele chegou a ser suspenso por um ano e meio depois de ter confessado que tirou fotos de uma menina nua em uma ambulância durante um depoimento para uma sindicância aberta na USP para apurar esse tipo de crime.
Além de fazer medicina, ele já foi policial militar e em seu primeiro ano na corporação,  matou um homem com oito tiros ao se meter em uma briga em um bloco de carnaval. Daniel foi denunciado por homicídio culposo depois de ter alegado que agiu em legítima defesa. Sua pena foi extinta.
Protesto
Nesta quarta-feira alunas de coletivos feministas da USP realizaram um protesto pedindo para que a USP não permita que Daniel Cardoso cole grau.
A doutoranda em direito da USP, Marina Ganzarolli, explicou que, no total, seis denúncias foram feitas e quatro não foram levadas para a Polícia Civil. A conclusão do curso pelo acusado foi informada às alunas por professoras.
“Se nós não conseguirmos punir administrativamente esse aluno, que faz parte de um caso emblemático, com mais robustez de provas e mais número de vítimas, que mensagem a Faculdade de Medicina está passando para a sociedade e a comunidade acadêmica?”.
As alunas começaram a concentração por volta de 10h em frente à faculdade e depois entraram no prédio onde continuaram o protesto.
*Com informações da Agência Brasil
 

Muito chocados com a morte da ex-aluna, colegas de curso estão em busca de explicações. Nas redes sociais, estudantes dizem que a Ariadne era gentil e querida por todos. Eles tentam compreender o que houve com a jovem e a participação do professor no caso.
Mamede Said se reuniu com os coordenadores da graduação para avaliar como poderão contribuir com as investigações policiais e tranquilizar os universitários.
Já a Procuradoria Geral do DF, órgão em que Rafael é servidor, informou que não vai se pronunciar sobre o caso. A assessoria de imprensa do caso disse apenas que será aguardada a conclusão das investigações.
Versão do docente
O corpo de Ariadne foi encontrado no mirante próximo ao município de Chapada dos Guimarães, em Mato Grosso. Horas antes, a jovem postou um emocionado e longo texto em que relata ter sido assediada pelo professor Rafael Silva. Na postagem, ela diz não “aguentar mais a situação”. Por isso, teria mudado de Brasília para Cuiabá (MT).
Rafael Silva, por sua vez, afirma que seu relacionamento com Ariadne era “estritamente profissional”. Segundo ele, a ex-aluna sofria “distúrbios psiquiátricos”.
DANIEL FERREIRA/METRÓPOLESDaniel Ferreira/Metrópoles
Pátio da Faculdade de Direito da UnB

Jovem assediada por professor de Direito da UnB comete suicídio!

É com muito pesar que escrevo essa mensagem. No decorrer desse longo ano eu pensei em um cem números de "saídas", mas fica difícil quando se é vítima de uma mente brilhantemente psicopática e narcisista determinada. Esse texto tem 2 intuitos, denunciar uma situação de abuso insustentável e alertar as pessoas para a gravidade desse tipo de situação. Em virtude de alguns problemas familiares sempre tive muitas inseguranças e medos, além de vários problemas relacionados a minha estima própria. Eu tentava "sair" disso por meio dos estudos, desde antes de ingressar na faculdade, a minha carreira passou a ser o meu "refúgio", meu passaporte para me libertar de diversas situações incômodas. Nesse contexto, realizei diversos estágios em lugares que de despertavam afinidade, percebi que gostaria de fazer concurso público e resolvi dar uma pausa para estudar. Contudo, foi bem na época em que a Presidente Dilma anunciou o "congelamento" nos concursos públicos, entrei em desespero, nunca tinha advogado, estava perto de me formar, eu precisava aprender aquela profissão, seria minha saída. Mandei um e-mail para um de meus melhores professores da UnB, com quem fizera 1 ano de matérias optativas em Direito Tributário, eu tinha me saído bem, ele tinha escritório e há 2 meses havia anunciado por meio do Yuri Assen uma vaga de estágio. Rafael Santos de Barros e Silva, eu nunca poderia imaginar o que estaria por vir. Comecei no estágio novo super empolgada, eu achava aquele professor o máximo, extremamente inteligente, detalhista, perspicaz, minucioso, brilhante. Como poderia ser ruim? Até que as coisas começaram a ficar esquisitas, vários presentes injustificados, mensagens por WhatsApp totalmente fora do contexto do trabalho (P.ex: "sou seu fã", ou "você é demais") e fora de hora, muitas, muitas, muitas, perguntas de cunho pessoal. Na época eu desconfiava, mas pensava: acho que não, ele é professor da UnB, me deu 1 ano de aula, é procurador do DF, tem um currículo e uma reputação impecável, é casado, ele não faria isso. O Fernando Couto, a Beatriz Souza e a Yarla Schmaedecke acompanharam tudo isso. A Beatriz, mais sába que eu, estava desesperada me dizendo pra sair do estágio, mas eu sempre levei a questão profissional muito a sério (era quase tudo o que eu tinha), e sair naquele momento não me parecia uma opção "adulta" e "responsável", além do que eu precisava do dinheiro da bolsa. Até que passou a ficar muito claro que ele tinha interesses em mim em nada relacionados ao trabalho, mas ele era tão educado, gentil, solícito, atencioso que eu não conseguia pensar mal, acho que eu não queria ver. As coisas ficaram "sérias" quando ele me disse que estava se divorciando da esposa e que estava muito mal com tudo, olhava pra mim com olhar de pesar e pedia que eu entendesse, dizia que gostava muito de mim e me pedia paciência. Eu não vou entrar no mérito das mentiras relacionadas a vida conjugal dele, porque essa não é uma história de desilusão, é uma história de abuso. As coisas ficaram muito estranhas quando ele demonstrava que sabia todos os lugares onde eu ia, sabia o teor das minhas conversas por WhatsApp, com quem eu falava, sabia as páginas que eu acessava no meu computador pessoal (que eu levava para trabalhar no estágio). Aquilo me incomodou, mas eu não tinha certeza, podia ser muita coincidência, então comecei a fazer "testes" para verificar, eu estava sendo completamente monitorada. Dito e feito, ele sabia a hora que eu pisava em casa, sabia as expressões que eu só usava com meus melhores amigos nas conversas de WhatsApp, sabia onde eu morava, sabia que eu tinha adotado um cachorro, sabia tudo o que queria descobrir sem que eu dissesse. A minha vida era completamente monitorada, meu carro, meu celular, meu computador, minha casa! Isso por precaução, para se assegurar que a imagem impecável dele não fosse maculada, eu era um risco muito grande à integridade da imagem dele, enquanto isso às favas minha integridade emocional e psicológica. Quando eu percebi onde tinha me metido... 6 meses depois, caiu minha ficha. Não "só" isso, mas muitas, muitas, muitas mentiras, coisas relacionada à licitude dos negócios feitos no escritório. Eu percebi que estava diante de uma mente extremamente brilhante, maquiavélica, calculista, psicopática. Foi nessa época que passei a ter medo de ficar sozinha em casa, ele sabia onde eu morava, e dava muitos sinais disso, eu passei a dificuldades para dormir, qualquer barulho noturno me assustava e me fazia sentir ameaçada. Eu achei que saindo do escritório as coisas iriam ficar bem, em algum momento, ele iria me deixar em paz, ele iria parar com as mensagens veladas, as perseguições sutis, o tipo de coisa para não deixar vestígios, uma mente analítica e experiente frente a uma pessoa sem prática não comete deslizes. Passei por isso tudo com o apoio de alguns poucos amigos. Eu não tinha coragem de me abrir, de procurar ajuda, a culpa, a vergonha, eu não poderia suportar o estigma. Eu só queria esquecer tudo e seguir minha vida. Até hoje eu não sei onde encontrei forças para terminar o semestre e escrever a monografia, eu vivi e vivo um pesadelo. Sai do escritório, termine a graduação em pânico, tinha medo e tenho medo dele, ele não é o tipo de pessoa que "só" persegue pessoas, ele é o tipo que não deixa rastros e se assegura com absoluta certeza de que sua imagem ficará intacta, para isso ele passa por cima de tudo e de todo, não importa o que. Tudo de forma absolutamente calculada, tal como um jogo de xadrez em que ele sempre ganha. Não estava me sentindo segura em Brasília, comecei a procurar emprego em Cuiabá, minha cidade de origem. Consegui, vim trabalhar do Tribunal de Justiça daqui, até coisas estranhas começarem a acontecer, novamente. Por exemplo, eu apresentar sintomas típicos de uma pessoa que foi "medicada" com remédio prescrito, aqueles medicamentos depressores do sistema nervoso central, sendo que eu não estou tomando nada. Ele já se utilizou dessa artimanha, em Brasília, para me fazer parecer desequilibrada, faz parte da campanha de difamação que os narcisistas promovem contra suas vítimas. Eu achava que aqui, em Cuiabá, no emprego novo, na vida nova, eu estaria a salvo da perseguição dele, mas ele nunca desiste, nunca. Eu estou exausta e não tenho mais forças para tentar me desvencilhar das artimanhas dessa mente doentiamente perversa e egocêntrica. Cheguei no fim da linha, não vejo mais saída porque ele é o tipo de pessoa que não desiste, e eu apresento algum grau de risco, "eu sei demais". Eu tinha sonhos e planos, sempre fui romântica até demais, idealista, lutar por esses sonhos perdeu o sentido sabendo que tem um psicopata brilhante cuidando para que nada dê certo e para que tudo aparente ser fruto do acaso. Peço, por favor, façam alguma coisa, ele não vai se arrepender, ele não vai parar. Alguém faça alguma coisa! Pra mim é tarde... Que na próxima reencarnação eu possa fazer uso de todo aprendizado que tudo isso me trouxe, mesmo com tanta dor e sofrimento. Essa vida eu já não posso mais suportar, que Deus me perdoe e me entenda, mas ele já sabia, ele sempre sabe.

sábado, 5 de novembro de 2016

Mãe manda mensagem para outra mãe que zombou das marcas no rosto do seu filho

Publicado por O Viral às 21:10
Mãe do menino usou o Facebook para mandar uma mensagem para a mãe do outro menino. Foto: Reprodução/Facebook
Mãe do menino usou o Facebook para mandar uma mensagem para a mãe do outro menino. Foto: Reprodução/Facebook
O pequeno Erez possui muitas marcas de nascença na região do rosto. Por causa dessa sua característica, por onde ele passa chama muito a atenção. Isso virou, de certa forma, um problema quando começou a vida escolar do menino, pois o fato de ser diferente gera estranhamento e, em alguns casos, brincadeiras de mau gosto dos coleguinhas. Mas uma dessas zombarias deixou a mãe de Erez irritada. Ruthi Gaon percebeu que um dia uma menina fez piada com o rosto de seu filho e mãe da outra criança, além de não repreender a criança, ainda sorriu junto. Eles vivem em `Ein Vered, Distrito Central de Israel.

A mãe de Erez usou seu perfil no Facebook para postar uma foto ao lado do filho, na qual aparece com o rosto também cheio de “pintinhas”. Além da foto, ela escreveu uma poderosa mensagem sobre aceitação e respeito.
Foto: Reprodução/Facebook
Foto: Reprodução/Facebook
Confira a mensagem:
“A triste verdade é que não importa o quanto falamos de inclusão e aceitação, os diferentes permanecem excluídos e sempre chamarão a atenção. Brincar com o assunto as vezes é até divertido. Mas é difícil para mim escutar esse tipo de coisa. Como alguém pode rir de você, meu amado filho?
Erezi, a coisa mais fácil era bater naquela mãe, que estava rindo dos comentários de mal gosto de sua jovem filha (coisas que eu não posso nem colocar por escrito). Eu juro que, naquele momento, tive vontade de esmagar seu rosto (e muito mais). Mas você, meu filho, apenas sorriu, pegou na minha mão, e continuou andando.
Com um toque mágico que você tem meu filho, ao invés de estrangular a mulher, decidi mostrar a todos que eu sou tão orgulhosa de em todos os aspectos. […] E para você, querida mãe, espero que esta mensagem chegue até você. Minha única opção é perdoá-lo por causa do meu tesouro que me ensina todos os dias como ser uma pessoa melhor”.

Preocupação com a higiene da vagina afasta homens do sexo oral

Regina Navarro Lins
Ilustração: Lumi Mae
Ilustração: Lumi Mae
Comentando o “Se eu fosse você”
A questão da semana é o caso da internauta casada há seis anos com um homem reservado e careta na hora do sexo. Ela diz estar sempre cheirosa, mas seu marido tem nojo de fazer sexo oral nela. Alega que ficou traumatizado com uma garota que tinha mal cheiro nas partes íntimas. Ela gostaria de melhorar a vida sexual deles.
O sexo oral é a atividade heterossexual que mais se pratica antes da cópula. Calcula-se que cerca de 75% dos casais experimentam a estimulação oral-genital, e pelo menos 40% o usam com frequência.
“Como a boca, nossos órgãos genitais são ricamente dotados de terminações nervosas e profundamente receptivos para as sensações de prazer. Não é, pois, natural e adequado que, procurando experimentar e repartir o prazer sexual, devemos empregar estimulação oral-genital? Isso porque nossa boca e nossos órgãos sexuais, que também têm tanto em comum e tanto a oferecer um ao outro, podem se unir para produzir uma sensação muito especial e intensa de prazer.”, diz o psicoterapeuta americano Barry Mccarthy.
Isso sem contar com o adicional que a criatividade erótica pode proporcionar. Os homens de uma ilha da Micronésia, por exemplo, colocam um pequeno peixe dentro da vagina da mulher, que é gradativamente lambida por eles nas preliminares.
A pesquisadora Shere Hite nos mostra como a maioria das mulheres se sente ao receber sexo oral. A preocupação mais comum é se o cheiro da vagina é desagradável. A seguir alguns comentários das entrevistadas:
“Eu ainda não superei a ideia de que sou suja lá embaixo.”
“Se eu fosse homem nunca faria isso.”
“Eu fico sempre preocupada se estou cheirando mal ou com uma aparência nojenta ali.”
“Meu homem tem um bloqueio mental nesse ponto. Ele acha que a região da vulva cheira horrivelmente mal e tem ânsias de vômito quando tenta. Ele já tentou, mas não consegue.”
“Eu sinto que não cheira bem, não tem bom gosto. Tenho vergonha.”
“Não gosto porque é como se ele se sentisse obrigado, e eu não gosto de sacrifícios.”
“Agora eu gosto, mas levou anos pra que eu me permitisse ter prazer assim. Por que nós temos de nos sentir tão sujas?”
E qual a opinião dos homens sobre isso? A maioria disse gostar, mas um grande número deles se declarou enojado de fazer sexo oral na mulher.
.
“Não gosto do cheiro nem do gosto dos genitais femininos, elas não conseguem mantê-los suficientemente limpos pro meu gosto, nem mesmo depois de tê-los lavado. É repulsivo me ver esborrachado contra a abertura vaginal da mulher. Fecho os olhos.”
A metade dos homens declarou ficar preocupada se os genitais da mulher estariam realmente limpos e muitos disseram que eles cheiram mal.
“Como se pode pedir delicadamente a uma mulher pra ela se lavar?”
“Acho que as mulheres consideram sua área púbica suja, com mau cheiro, viscosa etc. Me desculpe, mas eu tinha de fazer essa distinção. Se topo com uma situação desagradável (sem brincadeira) sugiro um banho erótico e excitante.”
“Primeiro você cheira. Se achar que não deve lamber, não lamba. Estou tentando superar meu condicionamento cultural que diz que genitais de mulher têm mau cheiro, mas até agora estou de acordo.”
“Às vezes cheira mal, mas o ser humano se acostuma com qualquer coisa.”
Na conclusão desse tema, no seu relatório, Hite diz:
“Será que as mulheres não são asseadas? Um dos temas mais frequentes sobre a vagina e a vulva está relacionado com o asseio da mulher, ou se ela se lavou recentemente. Embora nem seja preciso mencionar o fato de todos os corpos precisarem regularmente de banho, nenhum homem se referiu à necessidade de lavar os dentes regularmente para que o beijo seja agradável.
O fato de tantos homens sentirem desejo de enfatizar esse ponto com relação às vulvas das mulheres parece refletir a influência das antigas opiniões patriarcais sobre a sexualidade feminina (e sobre as mulheres) como algo sujo, sórdido, ou não muito bonito.
Em nossa sociedade, infelizmente, durante séculos a sexualidade da mulher foi considerada suja: uma mulher sensual é uma vagabunda, suja, vadia, e por aí afora, enquanto um homem sensual é admirável e muito viril.
A vulva, da qual, conforme lhes disseram, as mulheres deviam se envergonhar (o termo médico para vulva é pudendum, uma palavra latina que significa ‘da qual nos devemos envergonhar’), ficou escondida durante tanto tempo que a maioria das pessoas nem sabe como se parece.
A impressão geral que muitos homens têm é de um lugar escuro e úmido, com um cheiro que não é familiar, uma espécie de espaço desconhecido onde o pênis corajosamente se aventura.”, conclui Hite.

Prazer sexual seria comparável a estado de transe

Orgasmos estão ligados a fatores como ritmo e timing, segundo pesquisador da Universidade Northwestern

Shutterstock
EVANSTON, Ill. — Há muita especulação sobre as funções evolutivas dos orgasmos humanos, mas os seus mecanismos essenciais seguiam sendo um mistério. Em um novo estudo, um pesquisador da Universidade Northwestern buscou esclarecer a questão de como os orgasmos acontecem no cérebro.
Adam Safron, neurocientista e doutorando no programa de Cognição Comportamental Cerebral do departamento de psicologia da Faculdade de Artes e Ciência da Universidade Northwestern, analisou estudos e literatura coletados por muitos anos para desenvolver um modelo no qual a atividade sexual ritmada influencia o ritmo do cérebro.
Safron descreve como a estimulação ritmada pode aumentar as oscilações neurais em frequências correspondentes, algo comparável a empurrar alguém em um balanço. Mediante esse processo, se a estimulação sexual for suficientemente intensa e duradoura, a atividade sincronizada poderia se espalhar pelo cérebro.
Essa sincronia poderia produzir uma atenção tão intensamente concentrada que as áreas responsáveis por gerar nosso estado usual de auto-percepção terminam por ser desativadas,  e a consciência seria tomada pela excitação de modo a produzir um estado de absorção sensorial e transe. Isso pode ser essencial para gerar uma experiência que seja intensa o suficiente a fim de iniciar os mecanismos que geram o clímax.
"Sincronia é importante para a propagação de sinais no cérebro, porque os neurônios têm uma maior probabilidade de dispararem se são estimulados múltiplas vezes num período curto de tempo”, afirma Safron. “De outra maneira, os sinais decaem como parte de um mecanismo geral de redefinição. Isso me fez pensar na hipótese de que a coincidência entre evento rítmicos fisiológicos e o ambiente é o mecanismo primário pelo qual os limiares orgásmicos são superados.”
Safron disse que essa pesquisa poderia ser relevante para aperfeiçoar o funcionamento sexual, encorajando as pessoas a focarem mais nos aspectos rítmicos da sexualidade.
"A ideia de que experiências sexuais podem ser como estados de transe é, em partes, antiga. Acontece que essa ideia é apoiada por entendimentos modernos de neurociência”, afirma Safron. "Na teoria, isso pode mudar a maneira como as pessoas enxergam sua sexualidade. Sexo é uma fonte de sensações prazerosas e de conexão emocional, mas, além disso, é um estado alterado de consciência.”
Safron encontrou paralelos entre o clímax sexual e as convulsões, e também com dança e música — algo que eles não esperava.
Tanto nos orgasmos quanto nas convulsões, estímulos rítmicos em canais sensoriais com bandas de grandes larguras resultaram em um processo explosivo, depois que certos limiares de estimulação foram ultrapassados.
"E, ainda que pareça algo óbvio em retrospecto, eu não esperava descobrir que a atividade sexual é tão semelhante à música e à dança, não apenas na natureza das experiências, mas também pelo fato de que a capacidade evolutiva de sustentar um ritmo pode servir como um teste de aptidão física para potenciais parceiros.”
Ele diz que essa observação é consistente com o fato de que danças e músicas rítmicas são uma parte quase universal do acasalamento, remontando a centenas de milhões anos até nossos ancestrais em comum com animais pré-vertebrados, como os insetos.
A pesquisa anterior de Safron focou no embasamento neural das preferências sexuais.  Ele afirma que os orgasmos estão relacionados a esse tema são um dos mecanismos de recompensa mais poderosos disponíveis, e, portanto, podem ter um papel importante na formação de preferências.

"Antes desse estudo, sabíamos o que acendia no cérebro quando pessoas estavam tendo um orgasmo, e sabíamos bastante sobre os fatores hormonais e neuroquímicos em animais não humanos, mas na verdade desconhecíamos por que as sensações do orgasmo e do sexo são como elas são”, explicou Safron. “Esse estudo propicia um nível maior de detalhes mecânicos que faltava anteriormente.”



Northwestern University