terça-feira, 19 de abril de 2016

Fumar maconha diminui a liberação de dopamina no cérebro

Heroína e cocaína já eram conhecidas por diminuir produção da substância em áreas do cérebro que controlam a motivação.


Maconha diminui produção de dopamina no cérebroFotmen | iStock
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A dopamina é o neurotransmissor do prazer. Ela é produzida em atividades que vão desde comer chocolate até fazer sexo. Drogas também estimulam o corpo a produzir dopamina - mas muito mais do que seria normal. No uso prolongado, o cérebro pode passar a produzir menos dopamina naturalmente.  Em estudos com heroína e cocaína, isso não é novidade nenhuma. Mas uma pesquisa encontrou, pela primeira vez, evidências de que a mesma coisa acontece com quem fuma maconha em grandes quantidades.
A pesquisa da Universidade Columbia, nos Estados Unidos, avaliou a liberação de dopamina no corpo estriado do cérebro de voluntários que se encaixam no perfil de uso abusivo ou dependência de maconha, que atinge de 6% a 12% dos usuários - cerca de metade das taxas de uso compulsivo de álcool e cigarro.
Os participantes fumavam diariamente, desde a adolescência, totalizando uma média de 80 gramas por mês. Para participar dos testes, eles também não podiam ter sido diagnosticados com nenhuma doença psiquiátrica ou neurológica nem ter o hábito de usar outro tipo de droga.
Eles tiveram que passar 5 dias sem fumar, para eliminar o efeito imediato e agudo da maconha sobre a produção de dopamina. Depois, receberam uma dose de anfetaminas para estimular a produção de dopamina e os níveis de liberação do neurotransmissor foram acompanhados por uma tomografia cerebral. Outro grupo de não fumantes passou pelo mesmo processo para servir como base de comparação.
Os pesquisadores observaram que, quanto mais frequente era o uso da maconha, menor a liberação de dopamina no corpo estriado - região cerebral responsável pelo controle da atenção, da motivação e da memória de curto prazo.
Com isso, os cientistas também fizeram testes para avaliar a memória e a atenção dos voluntários. Eles não conseguiram estabelecer uma relação direta de causa, mas os voluntários com menores níveis de dopamina também tiveram os piores desempenho nos testes.
Para os cientistas, o déficit de dopamina pode estar diretamente ligado a sintomas de apatia em quem fuma maconha por muito tempo. A questão é polêmica: há pesquisadores que defendem que o uso contínuo, principalmente em adolescentes, pode levar à síndrome amotivacional. Nesta condição, a pessoa perde o interesse por completo nas atividades cotidianas. Estudos práticos, porém, não encontraram provas de que a síndrome ocorra.
A nova pesquisa não é motivo para pânico - estudos anteriores feitos com pessoas que pararam de fumar maconha mostram que elas tem os mesmos níveis de dopamina de quem nunca fumou, o que sugere que os danos averiguados pelo estudo provavelmente se normalizam com o tempo.

'Descobri aos 16 anos que nasci sem útero e vagina'

  • Arquivo Pessoal
Joanna Giannouli, de 27 anos, sofre de uma condição que determinou que ela nascesse sem vagina, colo do útero e útero. Ela explica os desafios de viver com uma síndrome que afeta uma em cada 5 mil mulheres no mundo:
"Quando fui com minha família pela primeira vez ao médico, meu pai tentou mostrar coragem. Minha mãe, por outro lado, não aceitou bem. Ela se culpou pelo que tinha acontecido e foi muito doloroso vê-la daquela maneira.
Não conversamos muito sobre o assunto pelos primeiros cinco anos. Eu não conseguia. Senti-me destruída e incrivelmente fraca. Minha mãe acredita que pode ter feito algo de errado durante a gravidez. Eu já expliquei que não foi isso, apenas genes. Minha condição é estigmatizada. E o mais doloroso foi quando meu parceiro me abandonou depois de descobrir o que tinha.
Estava noiva quando tinha 21 anos, vivendo em Atenas. Quando contei a ele sobre minha condição, ele terminou comigo. Tudo isso agora pertence ao passado e estou bem agora. Felizmente, pelos últimos cinco anos estive em um relacionamento amoroso estável. Ele soube desde o início e escolheu ficar comigo. Sabe que nosso futuro não terá crianças. Ele está OK com isso e eu também. Sou uma das pessoas mais afortunadas (com essa condição). Minha mãe me levou ao médico quando eu tinha 14 anos porque eu não estava menstruando. Ele não me examinou porque não queria tocar minha genitália e, quando fiz 16 anos, fui enviada a um hospital para um check-up.
Arquivo pessoal
Os médicos descobriram que eu não tinha canal vaginal e sofria da Síndrome de Rokitansky. Tinha nascido sem uma vagina funcional e os médicos tiveram que construir uma para mim para que eu pudesse ter relações sexuais. Fiquei duas semanas no hospital e precisei ficar em casa três meses de cama - não podia me levantar. Fiz exercícios vaginais para expandir meu novo canal vaginal. O primeiro sinal da minha condição é justamente a ausência de menstruação. E você não pode fazer sexo. Minha cirurgia em Atenas foi revolucionária. A vagina construída pelos médicos era estreita e pequena e causava imensa dor quando eu tinha relações sexuais. Precisei expandir meu períneo, uma pequena área abaixo da vagina, com exercícios.
Estava OK fisicamente, mas não emocionalmente. É um fardo de que você não pode se livrar. Tive namorados que abusaram de mim emocionalmente. Por muitos anos não pude ter um relacionamento estável. Sentia raiva, culpa e vergonha. Lutei contra depressão, ansiedade e ataques de pânico.

O que é a síndrome de Rokitansky

• A condição se refere a mulheres que nascem com vagina, colo do útero e útero subdesenvolvidos ou ausentes.
• Mulheres com essa síndrome têm ovários e genitália externa (vulva), desenvolvendo também pelos púbicos e seios
• Um dos primeiros sinais da síndrome é que uma menina não menstrua
• O sexo também é dificultado porque a vagina é mais curta que o normal
Já faz 10 anos da cirurgia. Ainda me sinto mal, mas não tenho mais vergonha. E sei

'Descobri aos 16 anos que nasci sem útero e vagina'

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Joanna Giannouli, de 27 anos, sofre de uma condição que determinou que ela nascesse sem vagina, colo do útero e útero. Ela explica os desafios de viver com uma síndrome que afeta uma em cada 5 mil mulheres no mundo:
"Quando fui com minha família pela primeira vez ao médico, meu pai tentou mostrar coragem. Minha mãe, por outro lado, não aceitou bem. Ela se culpou pelo que tinha acontecido e foi muito doloroso vê-la daquela maneira.
Não conversamos muito sobre o assunto pelos primeiros cinco anos. Eu não conseguia. Senti-me destruída e incrivelmente fraca. Minha mãe acredita que pode ter feito algo de errado durante a gravidez. Eu já expliquei que não foi isso, apenas genes. Minha condição é estigmatizada. E o mais doloroso foi quando meu parceiro me abandonou depois de descobrir o que tinha.
Estava noiva quando tinha 21 anos, vivendo em Atenas. Quando contei a ele sobre minha condição, ele terminou comigo. Tudo isso agora pertence ao passado e estou bem agora. Felizmente, pelos últimos cinco anos estive em um relacionamento amoroso estável. Ele soube desde o início e escolheu ficar comigo. Sabe que nosso futuro não terá crianças. Ele está OK com isso e eu também. Sou uma das pessoas mais afortunadas (com essa condição). Minha mãe me levou ao médico quando eu tinha 14 anos porque eu não estava menstruando. Ele não me examinou porque não queria tocar minha genitália e, quando fiz 16 anos, fui enviada a um hospital para um check-up.
Arquivo pessoal
Os médicos descobriram que eu não tinha canal vaginal e sofria da Síndrome de Rokitansky. Tinha nascido sem uma vagina funcional e os médicos tiveram que construir uma para mim para que eu pudesse ter relações sexuais. Fiquei duas semanas no hospital e precisei ficar em casa três meses de cama - não podia me levantar. Fiz exercícios vaginais para expandir meu novo canal vaginal. O primeiro sinal da minha condição é justamente a ausência de menstruação. E você não pode fazer sexo. Minha cirurgia em Atenas foi revolucionária. A vagina construída pelos médicos era estreita e pequena e causava imensa dor quando eu tinha relações sexuais. Precisei expandir meu períneo, uma pequena área abaixo da vagina, com exercícios.
Estava OK fisicamente, mas não emocionalmente. É um fardo de que você não pode se livrar. Tive namorados que abusaram de mim emocionalmente. Por muitos anos não pude ter um relacionamento estável. Sentia raiva, culpa e vergonha. Lutei contra depressão, ansiedade e ataques de pânico.

O que é a síndrome de Rokitansky

• A condição se refere a mulheres que nascem com vagina, colo do útero e útero subdesenvolvidos ou ausentes.
• Mulheres com essa síndrome têm ovários e genitália externa (vulva), desenvolvendo também pelos púbicos e seios
• Um dos primeiros sinais da síndrome é que uma menina não menstrua
• O sexo também é dificultado porque a vagina é mais curta que o normal
Já faz 10 anos da cirurgia. Ainda me sinto mal, mas não tenho mais vergonha. E sei que não posso mudar as coisas, preciso aceitar e viver com isso.Mas aprendi uma lição. Não acredito em Deus, mas vi tudo isso como um chamado: nunca ache que as coisas estão garantidas.Renasci. Antes de tudo isso eu era uma típica adolescente, com altos e baixos. Depois disso, realmente amadureci. Cresci rapidamente. 'Adoraria ser mãe algum dia, seja biológica ou adotiva. Mãe não é quem dá à luz, mas quem cria', diz Joanna
Quis manter minha condição em segredo, mas minha mãe contou para parentes. Não foi a melhor experiência porque as pessoas ficam com pena de você. Não quero que ninguém tenha pena de mim. Não estou morrendo, não estou em perigo. O olhar piedoso das pessoas me entristece .Não podia ter tocado no assunto em Atenas - e na Grécia, de maneira geral - porque as pessoas têm a mente muito fechada. Às vezes me sentia vivendo da Idade Média.
Não encontrei grupos de apoio na Grécia ou qualquer pessoa com quem pudesse conversar. Muitas mulheres com a minha condição têm vergonha. Quando consegui encontrar algumas dispostas a conversar, vi que elas desapareciam depois, porque se sentiam envergonhadas. Adoraria ser mãe algum dia, seja biológica ou adotiva. Mãe não é quem dá à luz, mas quem cria .É muito libertador poder falar sobre essas coisas. Quero ajudar todas as mulheres que sofram da síndrome, porque fui ao inferno e voltei. Sei dos problemas que a condição pode causar. Muitas mulheres cometem suicídio por causa disso. Se não ajudarmos umas às outras, quem vai?"

sexta-feira, 15 de abril de 2016

Mesmo que o decepcionem, não se canse de fazer o bem

Dizem que fazer o bem é se esquecer de si mesmo para dar tudo aos outros, mas isso não é verdade. Agir de forma correta, com integridade e favorecendo o bem-estar daqueles que nos rodeiam, não significa “se abandonar”.
Quem procura sempre o melhor para o todo age segundo a sua voz interior, e de acordo com seus próprios valores. Se não for assim, estaria indo contra a sua própria essência, e então estaria provocando um dano grave à sua identidade.
Dizem que há decepções que nos fazem abrir os olhos e fechar o coração. É uma dor que nos obriga a ser mais prudentes, mas que jamais deveria nos levar a perder a capacidade de fazer o bem.
De alguma forma, esta ideia lembra um pouco aquela que Saint-Exupéry nos deixou em “O Pequeno Príncipe”: “seria uma loucura odiar todas as rosas porque uma nos espetou”.
Portanto, pelo fato de termos sofrido uma decepção, não vamos odiar o resto do mundo, e mais ainda, mudar a própria filosofia de vida por ter experimentado várias, ou mesmo muitas decepções. Você pode se vestir com a prudência, com a armadura da cautela, mas nunca se renda ao rancor ou ao ódio. Não vale a pena.

Mesmo que me decepcionem, não me cansarei de fazer o bem

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Todos contamos com mais de uma história pessoal marcada pela decepção. Algumas doem mais que outras, e algumas nos obrigaram a perder a inocência inicial com a qual costumamos chegar a este mundo.
Dizem que até o coração mais apaixonado se cansa de ser machucado, mas mesmo que tenhamos muitas feridas, nunca deveríamos perder a nossa capacidade de amar, de gostar de quem merece de verdade.
Na vida investimos tempo, emoções, sonhos e esperanças para alcançar certos objetivos. Às vezes são somente aspirações, outras vezes é vida investida em determinadas pessoas que, em algum momento, podem nos decepcionar.
  • Quando queremos alguma coisa com muita intensidade e a perdemos, surgirão a decepção e o vazio.
  • Não apenas perdemos esse relacionamento, esse sonho, como também deixamos ir embora uma parte de nós mesmos.
  • O maior perigo das decepções está em cair no desamparo. Há algo que não se ajusta às nossas expectativas, que não aconteceu como esperado… E isso dói tanto que pode gerar uma sensação de que, faça você o que fizer, tudo voltará a se repetir do mesmo jeito.
  • É muito comum que determinados fracassos e especialmente decepções provoquem sentimentos negativos como a ira, a raiva, o rancor ou a frustração.
  • Toda aquela emoção negativa mantida de forma crônica ao longo do tempo pode fazê-lo mudar a visão sobre a vida, as pessoas e inclusive a ideia de que ainda possa existir gente boa no mundo.
Nunca devemos nos deixar levar até esses extremos nos quais os valores se rompem por completo. Quando perdemos os nossos valores, perdemos tudo, e se você perde a sua capacidade de fazer o bem pensando que não vale a pena, estará deixando de ser você mesmo. Você deixará de se reconhecer cada vez que se olhar no espelho.
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Pratique o hábito da aceitação

Cada coisa que acontecer na sua vida, seja boa ou ruim, aceite-a, integre-a e continue avançando do jeito mais leve possível. Se você armazenar rancor, caminhará devagar; se guardar raiva, procurará vingança; se esconder ódio, ficará encalhado e terá perdido completamente a sua capacidade de fazer o bem e gerar felicidade nos outros.
Nesta vida, não somos mais do que breves passageiros em um caminho onde quem passar leve de ódios e rancores será capaz de desfrutar o trajeto com maior sabedoria e integridade.
Sabemos que nem sempre é fácil enfrentar uma decepção, mas se há algo que você não deve permitir, é que o mau comportamento de outros fique impregnado em você a ponto de mudá-lo, de fazer você achar que não existem as pessoas boas, ou ainda, que as pessoas boas sempre acabam feridas.

Como superar uma decepção para continuar confiando em você mesmo e naqueles que o rodeiam

Tome nota de como se proteger das decepções no seu dia a dia, na medida do possível:
  • Procure viver o “aqui e agora“, foque no presente sem criar muitas expectativassobre o que acontecerá ou sobre o que poderá acontecer. Deixe-se levar. 
  • Aceite que as decepções fazem parte do transcurso vital e que é preciso aprender com elas. Não permita que elas o transformem em algo que você não é.
  • Compreenda que você não pode controlar aquilo que as outras pessoas fazem, seja bom ou ruim. Você sabe quem você é e o que você quer, e sabe que fazer o bem faz parte das suas raízes, da sua essência vital.
  • Acredite nas pessoas até que demonstrem o contrário. Permita-se confiar. Você tem experiência, tem nobreza no seu coração e merece sempre encontrar o melhor das pessoas. Se você se aproximar delas com rancores passados, encontrará rejeição.
Encare as decepções como uma renovação: é experiência e um claro exemplo daquilo que você não quer repetir. Nunca perca a sua capacidade de fazer o bem mesmo que o decepcionem muitas vezes, mesmo que você caia muitas vezes.